china

[e além de tudo tinha o magma, j. verne,]

às vezes sinto alienígena
dum jeito irrepatriável,
será só eu
tão deslocada assim?

às vezes de vidro dum jeito
meio incolável, será
por quê tão
quebrada assim?

às vezes doente quase
incurável será
essa dor
tão funda assim

que não chega no fundo mesmo
pra finalmente sair do outro lado, que nem quando
era criança e pensava que cavasse a terra embaixo dos pés
tanto e até o fim atravessava tudo o mar e chegava do outro lado

na china?

o medo da criança parecia doído menor
(que a criança era menor)

o jeito da criança resolver parecia
mais fácil (era só querer)

ela era sem limites

às vezes vejo nem tão adulta assim
só maior
só mais limites
e a china parece um caso político sério de
exploração trabalhista pra meus acessos tecnológicos,

segundo os jornais,

e o planeta virou uma assunção geológica que
pá mental nenhuma nem britadeira
nostálgica imaginária ou solução
absurda de obviedade invisível

dum erê que (me) perdi

é capaz de atravessar:

às vezes gira tão sólido
no meio do vácuo
sideral,
irrefutável, nem
parece tão perdido assim.

[além da pressão, do petróleo, dos phósseis]

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